Uma invenção que busca solucionar as falhas encontradas em argamassas de isolamento acústico e térmico tradicionais e, ainda, oportunizar uma destinação aos resíduos industriais da madeira pinus, teve sua patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O produto, desenvolvido na Universidade Feevale, é de autoria de Daiana Cristina Metz Arnold, Adriana Teresinha da Silva, Carolina Silveira Barlem Gemelli, Cassiano Kaiser e Letícia Lange.
As argamassas para contrapisos mais comuns são, geralmente, constituídas por cimento, areia e água, para que forneçam propriedades de aderência e rápido endurecimento. No entanto, para que alcancem as características necessárias ao isolamento térmico e acústico, podem contar com a adição de outros elementos à sua mistura, como EVA, polímeros, cinzas de madeira, cascas de arroz e cascas de serragem, entre outros aditivos. Uma vez incorporados às misturas de argamassa, muitos desses componentes apresentam uma característica indesejável, que é a alta absorção de água.
Outra deficiência das argamassas tradicionais é apontada por Daiana Arnold, uma das autoras da invenção e professora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Feevale. “As argamassas atuais, muitas vezes, não atendem tecnicamente aos quesitos de isolamento térmico e acústico. Outras vezes, atendem somente ao isolamento térmico, mas não ao acústico, ou vice-versa”, afirma.
A invenção, que teve a patente expedida em 21 de maio, tem o pinus como seu principal componente. O resultado é um produto com boas condições de absorção de ondas sonoras e de isolamento térmico, baixa absorção de água, alta resistência à tração e compressão, bom custo-benefício e baixo impacto ambiental.